domingo, julho 31, 2011

BRASIL – O PAÍS DA HIPOCRISIA E DA FRAUDE




      
Por: Geraldo José Chaves

Todas as vezes que leio os jornais tenho ataques repentinos de raiva. Hoje resolvi fazer um desabafo. Um desabafo de um brasileiro injuriado, engasgado, espoliado, insultado e enganado.

Para fazer um desabafo despreocupado, autêntico, que exprima exatamente o que estou sentindo, resolvi deixar de lado as frases bonitas e o português escorreito, com o cuidado, todavia, de evitar usar a mesma linguagem chula que o ex Presidente Lula da Silva usa em suas fastidiosas “palestras” ou nas longas e entediantes arengas a que ele orgulhosamente chama discursos.

Vamos ao desabafo.

Quase tudo que se faz neste país hoje em dia é feito de forma fraudulenta ou na base da esperteza. É o que nos dizem diariamente os jornais (todos os que circulam no país).  A situação ficou insuportável diante de tanto descaramento, tanta hipocrisia, tanta mentira, tanta perfídia e tanta safadeza dos políticos (em todos os níveis), independentemente se são da situação ou da oposição, se são da esquerda, do centro ou da direita. 

É bem verdade, porém, que no Brasil não existem políticos nem partidos de direita, nem esquerda, nem centro. Existem políticos e partidos oportunistas, adesistas e casuístas. O PMDB, dentre outros, é um exemplo clássico do que estou dizendo.

O quadro brasileiro de hoje leva-me a concluir que está muito difícil encontrar um político realmente honesto. Ou são delinqüentes por comissão ou o são por omissão. Os políticos da chamada situação (aqueles que participam do governo ou de sua base de sustentação) se aproveitam do poder para encher suas burras, e as de seus filhos, parentes e amigos, com o dinheiro do povo, contando, para tanto, com o beneplácito, o apoio e a participação de governantes e de políticos da oposição. Estes, por sua vez, se omitem, ou porque precisam se preservar no futuro ou porque se contentam com algum “plus” que vem do governo, seja em forma de empregos para esposas, maridos, amantes ou afilhados, seja em espúrias negociações de emendas orçamentárias, ou porque já estão dentro da panela do “mensalão”. 

É a política do é dando que se recebe; do toma-lá-dá-cá.  Promiscuidade total! A falácia oposicionista feita pela imprensa é só da boca pra fora.
Toda a administração pública (a do Brasil não merece ser escrita com letra maiúscula) está contaminada e comprometida até a raiz do cabelo. É só ver as manchetes diárias dos jornais.

Estamos órfãos. Não temos a quem recorrer. Vejamos alguns exemplos. 

O Supremo Tribunal Federal, que deveria ser o último bastião da segurança jurídica, o esculca intérrito da nossa claudicante democracia, resolveu escarrar na Constituição Federal ao invés de protegê-la.

Vergonhosamente, a Suprema Corte decidiu que o país pode servir de couto para criminosos internacionais. Da mesma forma, cedeu diante das imposições e das ameaças do “movimento gay”. Neste particular, não se pode compreender como os ministros resolveram ignorar o texto constitucional, que diz que somente a união entre um homem e uma mulher pode formar uma família. Por que razão o STF decidiu o caso de forma tão estranha e afrontosa ao texto constitucional?

As verbas da Polícia Federal foram criminosamente cortadas ou contingenciadas. Por isso, as investigações estão prejudicadas. Quem sai ganhando?

O Ministério Público apequenou-se diante do poder estatal e do peso político de alguns criminosos. Suas intervenções já não assustam os facínoras de colarinho branco, nem mesmo os sem colarinho.

Não há governo que consiga sobreviver após perder a autoridade. E que fique bem claro: autoridade não pode ser confundida com autoritarismo. Menos autoridade, mais autoritarismo. Sem autoridade para governar, só resta ao governo apelar para a prática da autocracia. Por isso, quando qualquer profissional de imprensa ousa criticar o governo é logo demitido. O mesmo acontece com dirigentes de empresas privadas que contrariam o império.

No Brasil, não são os setores produtivos da sociedade que elegem o governo. Estes apenas o mantêm com ricas e polpudas propinas, garimpadas dos superfaturamentos nas obras públicas, e com doações para campanhas eleitorais. E viva o caixa 2!  Aliás, o próprio ex Presidente Lula da Silva admite que caixa 2 é prática comum na política brasileira, inclusive no seu Partido. Isso me lembra que Lula foi subproduto do maior estelionato eleitoral que já se praticou neste país

Nosso destino está sendo decidido pelas minorias, por analfabetos, índios, gays, pelo famigerado MST, por ONGs suspeitas, pelo pessoal da bolsa esmola, da bolsa vagabundagem, da bolsa ociosidade, da bolsa preguiça etc.

É conveniente para o governo que o número de analfabetos aumente todos os anos – é garantia de voto certo, pois, sem instrução, essas pessoas são mais facilmente iludidas e enganadas e acreditarão em tudo que dizem os espertalhões -. Vieram delas os votos que decidiram a eleição em favor do apedeuta e de sua sucessora.

Quando José Ribamar “Marimbondos de Fogo” Sarney fez a lei que concedeu cotas aos negros, deveria tê-las concedido também aos brancos pobres que não podem pagar uma faculdade. Mas a hipocrisia não permitiu que assim se fizesse. O resultado foi o recrudescimento da discriminação racial.

Em todos os países sérios do mundo, os povos negros - ou afro-descendentes como querem aqui no Brasil - concorrem em igualdade de condições com os demais. Por qual razão, no Brasil, eles precisam ser tutelados?

A grande massa popular da classe média, escorchada e esfolada pelas mais altas taxas de impostos do mundo e pela falta de políticas públicas, está jogada na sarjeta do abandono oficial.
Faltam ao governo inteligência e honestidade. Em compensação, sobram incompetência e malandragem em todos os escalões. E quando falo em governo, não me refiro apenas ao Poder Executivo. Refiro-me ao SISTEMA como um todo. Isto é resultado da ideologização e da partidarização das indicações para cargos públicos, que não levam em conta o mérito ou a competência. Interessa apenas se o candidato compartilha da mesma ideologia da classe governante, se pertence ao partido que está no poder ou a um dos que formam a base de apoio do governo. O indicado pode ser o mais perfeito idiota. Não importa, desde que diga amém às vontades dos poderosos. É a política do compadrio deslavado, do cambalacho desmedido e da falta de vergonha. Qualquer imbecil ou analfabeto se acha no direito de ocupar cargos públicos, desde que, é claro, não tenha que se submeter a concursos.

Recentemente, a imprensa divulgou que quarenta e cinco mil brasileiros perdem a vida anualmente nas estradas, vítimas do péssimo estado de conservação das rodovias (pena que não tenha sobrado ninguém no DNIT para dar explicações).

Vinte milhões de crianças estão nas ruas, desamparadas, sem escola, sem saúde, sem orientação, fazendo uso de todo tipo de droga e se doutorando na criminalidade. Enquanto isso, filhos de políticos - alguns deles donos de empresas de fundo de quintal – em determinado momento anoitecem pobres e, inexplicavelmente, antes do raiar do dia já estão milionários.

As mortes nas filas dos hospitais ocorrem diariamente, ano após ano, sem que haja alguém para tomar uma providência séria.

Todos os anos, milhares de pessoas morrem de doenças infetocontagiosas por falta de tratamento. Os hospitais públicos, normalmente, não dispõem de leitos suficientes, nem de equipamentos modernos e, muitas vezes, nem mesmo de luvas cirúrgicas ou de material de limpeza, sem dizer que o número de médicos é absolutamente insuficiente para atendimento das pessoas que necessitam de tratamento.               

As empresas ligadas à área da saúde, apesar de algumas medidas oficiais, de reconhecida ineficácia, deitam, rolam e fazem o que bem entendem sem que o governo demonstre a mínima vontade para colocar um termo no “oba oba”. O grande prejudicado é o segurado.

Não há uma obra pública no Brasil que não esteja superfaturada ou que não coloque um político ou um dirigente público na lista dos suspeitos.

Não passa um dia sem que haja um “apagão” na rede elétrica, em algum lugar.  O país não vive uma hora sem que estoure um escândalo em algum órgão público. As empresas de telefonia fazem o que bem entendem e tudo continua como antes no “quartel de abrantes”. O atendimento e as condições de conforto e segurança das companhias aéreas brasileiras são as piores do mundo, e viajar de avião tornou-se uma odisseia de alto risco. O governo criou a ANAC. Aí, a coisa desandou de vez. Os bancos estão acima do bem e do mal. Os banqueiros, enquanto banqueiros, simplesmente ignoram certas leis e tudo fica como está.
O governo diz que somos autossuficientes em petróleo, mas a Petrobrás nos enfia goela abaixo o combustível mais caro do mundo. Mas nos países importadores, como Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia e outros, o combustível que é aqui produzido lá é vendido por menos da metade do preço que aqui o consumidor brasileiro é obrigado a pagar. Acresce dizer que naqueles países não se adiciona etanol à gasolina. É a verdadeira máfia oficial dos combustíveis em plena atividade no território nacional!

Quando chega a época das chuvas, centenas de pessoas morrem todos os anos nas enchentes ou nos deslizamentos, vítimas inocentes do abandono, da incompetência, da incúria, da imprevidência e da omissão.

O país está se deteriorando e se tornando cada vez mais dependente do capital externo, mas o palavroso Ministro da Fazenda vai quase todos os dias à televisão para dizer que tudo vai bem, isso quando não é desmentido publicamente pela chefa do governo.

Não há recursos para solução dos graves problemas que afetam a nação, só há verba para financiar a corrupção, que consome bilhões de reais por ano, dinheiro que poderia ser aplicado na saúde, na segurança e na educação do povo.

No poder judiciário, juízes concedem liminares a torto e a direito, muitas vezes sem avaliar as consequências. O ex-Presidente Lula só sabe falar errado e Ministro da (des)Educação acha que as nossas crianças também devem aprender a falar do mesmo modo. Como se isso não bastasse, ele quer, agora, distribuir “kit gay” nas escolas. Pelo andar da carruagem, não está longe o dia em que, se depender de decisão do STF e do Ministro da (des)Educação, com certeza irão nos obrigar a ser gays.

Não vou falar da impagável dívida interna, herança maldita de governos anteriores. Prefiro lembrar da dívida moral que o governo tem para com o povo brasileiro, há anos vítima do abandono e do descaso.

O crime cobra pedágio e estabelece limites territoriais por onde o povo pode circular. Todo mundo se cala diante do caos. Mesmo os grandes formadores de opinião, como a igreja católica e as evangélicas, estão se omitindo, e quem cala consente. A católica, porque se acomodou e não quer se indispor com o governo; as evangélicas, porque só pensam em engordar suas contas bancárias, e, juntas, temem que venha uma lei para lhes obrigar a pagar impostos.

Nos meios de comunicação, nada é diferente. As obesas verbas de publicidade permitem ao governo manter o mais perfeito rigoroso controle sobre a mídia.  A desconfiança e a malandragem no país chegaram a tal ponto que, às vezes, negamos uma esmola a um mendigo, com receio de que o pedido seja uma armadilha.

Diante de tanta incompetência, de tanta desonestidade, de tanto descaso, é possível antever o fiasco que o país viverá na Copa do Mundo e nas Olimpíadas que serão realizadas na “pacata” cidade do Rio de Janeiro.

Quando o ex Presidente americano Bill Clinton preparava-se para vir ao Brasil, o seu Embaixador, num relatório enviado à Casa Branca, disse que aqui a corrupção era endêmica.  Houve uma grita geral, mas ninguém provou que o Embaixador estava errado.

Recentemente, o atual Embaixador americano junto ao governo brasileiro colocou em dúvida a honorabilidade e a seriedade da Assembléia Distrital de Brasília. Nenhuma voz se ergueu para protestar.
O Embaixador tinha razão! A verdade não admite argumentos contrários nem vozes discordantes!

O povo brasileiro deixou de ser um povo pacífico. Agora é um povo passivo, apático, indiferente e carente de livre-arbítrio. É uma pena! Mas ainda há tempo, minha gente!  Nosso grande mal é o excesso de tolerância. Somos glandular e organicamente tolerantes. Estamos aprendendo - e até já estamos nos acostumando - a conviver com a desfaçatez, com a inércia, com a negligência, com o engodo, com a perfídia, com a mentira e com a malandragem das excelências de terno e gravata.

Em todos os países sérios do mundo, o Parlamento é respeitado e visto como o palácio da cidadania. No Brasil, pelo que se vê todos os dias, Senado, Câmara Federal, Assembléias Legislativas e Câmara de Vereadores - infelizmente, devo reconhecer - são dispensáveis porque não cumprem os objetivos para os quais foram criadas. Não precisamos de políticos desse quilate!  

Pelo menos se poderia diminuir o número de senadores, de deputados federais, estaduais e de vereadores. A nação sairia ganhando, e ficaria agradecida, porque haveria menos saqueadores. Até quando iremos suportar?  Recuso-me a crer que nos tornamos incapazes de reagir, de dar um basta em tudo isso.

Não podemos mais aceitar que os ladrões tripudiem sobre nossa honra e nossa dignidade.  Basta! Estou com vergonha de mim mesmo. Sinto vergonha pelos meus filhos, pelos meus netos e por todos os netos brasileiros que irão nascer e herdarão este país. Que juízo eles farão dos seus avós, que permitiram que a situação chegasse a tais extremos?
Evito circular pela Praça dos Três Poderes porque sinto vergonha. Não participo de nenhuma solenidade oficial porque sinto vergonha. Evito cumprimentar políticos, e deles procuro me manter distante porque sinto vergonha. Não entro em repartições públicas, a não ser quando estritamente necessário, porque sinto vergonha.  

Encerro aqui este desabafo porque estou sentindo vergonha por todas as verdades que fui obrigado a dizer. Vamos dar o grito dos espoliados: BASTA!
                                                                                      
                                                                                        Brasília, julho de 2011
Geraldo José Chaves
Delegado de Polícia Federal,
aposentado, espoliado e enganado
                                                                                   




 Nota: Autorizo a reprodução e a divulgação por qualquer meio. 

quinta-feira, julho 28, 2011

OS CORDEIROS E AS AVES DE RAPINA

ESTE ARTIGO FOI ESCRITO E PUBLICADO NO DIA 31/08/2003, em resposta ao artigo, O que dizer aos filhos, da jornalista, Leila Cordeiro, publicado no Direto da Redação em 31 de agosto de 2003.

"O que dizer aos nossos filhos" quando estamos diante de tantos fatos estarrecedores" despertou-me para uma reflexão acerca da crise de pessimismo que vem afetando a juventude brasileira. Parece certo dizer que o pessimismo de agora é o mesmo de outrora, conquanto surge com o drama-humano fundamental: a sobrevivência e subsistência.

Em sendo as questões de sobrevivência e de subsistência as raízes mais ancestrais do drama humano universal, tudo o que se noticia e que cotidianamente nos acossa o espírito, que modifica o nosso estado emocional e nos faz sentir estranhas sensações de dúvidas, são também elementos fundamentais para a exploração de atividades econômicas que se desenvolvem no bojo do pessimismo humano.

Além da indústria da comunicação de massa e da indústria de matéria descartável, são duas as atividades que mais crescem com a ampliação das misérias humanas neste fim de século no Brasil: a primeira é a indústria da exploração social da fé, que através das ratoeiras monoteístas, se afirma como potência econômica. A segunda é a indústria farmacológica, que se aproveita do retrocedimento moral dos governos e da precariedade dos servições públicos para introduzir novos hábitos de consumo capazes de estimular de forma crescente o consumo desenfreado das suas manipulações químicas.

Embora distintas entre si, essas indústrias (da exploração social da fé e do fomento ao vício farmacológico) se caracterizam por dois aspectos comuns: primeiro, pela capacidade de manter um elevado grau de dependência social; segundo, pela sofisticada tecnologia de produção de lucros crescentes e concentrados. São atividades altamente rentáveis. A primeira porque cuida das nossas mazelas psico-espirituais e a segunda porque ameniza as nossas mazelas físicas. 

Atualmente são verdadeiros conglomerados oligopolizados que se fortalecem à medida mesma que a situação geral piora. De aí se vê que as notícias acerca da instabilidade econômica, uma vez associadas aos desmandos cotidianos no âmbito do política, vêm aprofundando o desespero social, o desencanto de mundo, ampliando o ceticismo, enquanto que, ao mesmo tempo, possibilita a ampliação do grau de dependência da sociedade aos fármacos e aos preceitos do âmbito do sagrado.

É de comprovada empiria que, de pelo menos um desses males, físicos ou espirituais, sofremos todos, sem nenhuma exceção à regra e válido é, portanto, dizer que, quanto pior for sendo gerido os negócios públicos, mais aturdido vai ficando o indivíduo, sempre e cada vez mais carente de saúde física, financeira e espiritual, conforme se constata nos crescentes índices de suicídio e de atrocidades que afetam todo o nosso universo real e simbólico.

Por serem crescentes o oportunismo das atividades aludidas, notadamente com o surto de ratoeiras deístas e com o aumento do contingente de viciados em drogas pesadas e soníferos, prudente é que se observe também o crescimento dessas representatividades políticas no Parlamento Federal, nas Assembléias Estaduais e Câmaras Municipais.

Mas há uma terceira atividade que, por despropositada incoerência da cultura vigente, também cresce desenfreadamente. É a industria do desperdício, essa que produz a matéria descartável, o lixo sintético. Ora, numa economia sangrada na carótida, que despolpa, que recrudesce em emprego, em serviços essenciais (saúde, educação, segurança) e que barra o desenvolvimento econômico por rigor e ortodoxia macroeconômica, irracional seria, portanto, fomentar atividades que têm no desperdício a sua alavanca mestra, em detrimento da produção do material durável, mesmo que isso contrarie o discurso que a sustenta, ou seja, a higiene e a praticidade de uso.

Sem entrarmos no mérito dos problemas ambientais ampliados pela indústria da matéria descartável, convém atentarmos para o fato de que o desperdício gerado nos domicílios e que se acumula nas lixeiras, é dinheiro que sai dos salários já minguados para avolumar os aterros sanitários das cidades. Noutros termos, o que poderia ser riqueza distributiva converte-se em desperdício cumulativo e degradação ambiental, fatores estes que comprometem a saúde pública e o bem-estar geral. 

Atentos aos debates sobre a crise de consciência em relação aos ataques contra o meio-ambiente, podemos antever o surgimento de grupos de caçadores de votos e de grana dando ênfase ao tema "Natureza" e não será surpresa quando nos depararmos com algum radical pregando em sala de aula, para os nossos filhos, o extermínio do homem para o bem da soberana natureza.    

Mas voltando ao ciclos de euforia e depressão social, que em parte decorre das históricas incoerências na construção do nosso ocidental pensamento, antevê-se que, de euforia em euforia e de depressão em depressão, vai o indivíduo moral caminhando sorumbático entre tantos larápios do sistema, tal um andarilho sem alvo último e, por falta de perspectivas concretas, deixa-se arrastar, de um lado pelas forças epistolares das instituições do Além, e do outo pelo discursos populistas dos escroques da política nacional; e isso nos faz lembrar do conto de Nietzsche "Os Cordeiros e as Aves de Rapina", de cuja moral da história é: “Exigir da força que não se manifeste como força é tão absurdo quanto exigir da fraqueza que se manifeste como potência.”

Ruy Câmara

quarta-feira, julho 27, 2011

TERROR, UM OBJETIVO CELESTE

Este artigo foi escrito e publicado no Jornal Diário do Nordeste em 17.09.2001, portanto, há quase 11 anos.  


O terrorismo é um empreendimento caro, que exige patrocínio de pessoas, instituições ou do Estado para levar adiante sua causa e o seu objetivo. Sua ação criminosa e anárquica atinge a ordem e a paz, e sua vítima é sempre a sociedade. 

A lógica do terror é ter um inimigo disposto a retaliações que ampliem a crise e conseqüentemente a sua importância. A psicologia de aliciamento do terrorista baseia-se na crença de o sujeito-moral passar a pertencer a um grupo solidário, de ideal revolucionário, utópico ou metafísico.

O pior terrorismo é o carismático, ou o chamado apocalíptico e de libertação. Esse tipo de terror não está interessado no que a seu respeito pensamos nós, pois se caracteriza pelo total desprezo à vida individual e à vida coletiva. Por que isso?

Porque em sendo a fé (em Deus, Alá, Messias e outros) a sua ancoragem última e sua lógica falibilista, o fanático encontra aí a justificativa para levar no corpo, na alma e nos sentidos, o caos estremo. Isso explica porque o terrorismo político-ideológico, historicamente  em sua maioria inspirado em Marx, logo se converte em terrorismo dogmático. 

As premissas celestes, todas maniqueístas, e as delícias do paraíso, são fundamentos extremamente sedutores que foram retirados dos versos de algum profeta para dar sentido ao que não faz sentido algum. Ora, como em todo livro sagrado pode-se achar verdades para tudo que se procura, não é estranho que os grupos radicais encontrem nalguma escritura dita sagrada a justificativa para o terror, já que o terror tem sempre uma justificativa para a sua causa, uma causa que em última instância se configura patológica.

Quando o terrorismo não tinha pleno acesso às tecnologias de matar, a atividade era uma plataforma de expressão máxima da opressão social e não tinha como alvo principal a eliminação de inocentes. 

Hoje o terrorismo é letal e está disposto a trocar vidas por notoriedade. A invenção da ação suicida é um fator supremamente amedrontador e desse modo o terror consegue recursos de doadores privados fazendo extorsão. Alguns grupos fanáticos, não suportando mais esperar o dia do juízo final, precipitam-se para o fim abrindo a caixa de Pandora num lugar estratégico que possibilite a destruição massiva.

Com a derrocada da Cortina de Ferro no leste europeu, muitos cientistas inativos passaram a prestar valiosos serviços a vários grupos terroristas no Oriente e no Ocidente. Atualmente a maior arma em favor do terrorismo é a mídia universal. Sem mídia o terrorismo se tornaria quase impotente. Por que isso?

Como a sua significação é simbólica, tanto pelo mal que infunde, quanto pelo dano real da ação, a recente ameaça de uso de armas químicas, significa mais poder de barganha do que o próprio uso do acervo mortífero. Lembremo-nos aqui das disputas pelo domínio nuclear!

Se observarmos a história do terror, perceberemos que os firmes objetivos do terrorismo nunca foram plenamente alcançados. Os palestinos, mais antigos no negócio de matar, apesar da conquista da faixa de Gaza, continuam a disputar espaços com os árabes, seus irmãos de origem. 

O PKK, dos curdos sediados em Atenas, abandonaram o marxismo e se converteram num tipo de islamismo deformado quando deixaram de receber patrocínio dos russos e do Irã. 

O ETA, especialista em atentados de qualidade política, já há muito perdeu o apoio europeu para criar o país Basco na Espanha. 

O GNA, na Argélia, apesar das vidas que eliminou, não criou o estado islâmico de libertação argelina. 

O Sendero Luminoso, no Peru, que anda de mãos dadas com os chefões da droga, nunca conseguiu impor suas premissas xenófobas. 

O Tupac Amaru, mortalmente atingido por Fujimori no episódio da embaixada do Japão em Lima, nunca conseguiu estabelecer um Estado marxista no Peru. 

O LTDE, dos tigres-hindus, inspirados no marxismo-trotskista-leninista-maoista, que massacrou milhares de budistas e mulçumanos, transformou-se numa campanha clássica de faxina étnica. Cem mil indivíduos foram mortos e ainda não há uma nação Tammel no Oriente. 

Isso prova que o terrorismo como estratégia é sumamente ineficiente no que tange ao objetivo último. Só funciona como mensagem para assustar e extorquir. Como práxis objetiva não há êxito duradouro no terror. O que consegue é despertar ódio e repúdio instantâneo contra suas atrocidades.

Todavia, por detrás de toda ação terrorista há sempre três interesses conflitantes e antagônicos entre si (um político, outro patológico e outro econômico), e juntos confluem para o oportunismo direto dos detentores de poder e do capital beligerante, que se sustenta no tripé: tecnologia de ponta, capital volátil e poder militar. 

Mas como o ideal terrorista deriva muito mais da malignidade humana, que é congênita, nada o exterminará deste mundo velho, tão velho quanto a sombra do Eterno, por isso o terror suicida cobiça a glória, e se esta for póstuma, significa o coroamento do seu celeste objetivo.
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Ruy Câmara, romancista, dramaturgo e sociólogo.

Artigo de 17.09.2001 para o Jornal Diário do Nordeste. 

segunda-feira, julho 25, 2011

A NORUEGA NÃO TEM COMPROMISSO COM A ECOLOGIA

 

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Vi, fotografei e filmei na feira livre de Bergen, Noruega, dezenas de tendas (exploradas por imigrantes) vendendo PELES de focas, ursos, castores, leões marinhos e outros animais.

É incrível como um país dito de primeiro mundo seja tão primitivo no que diz respeito ao extrmínio de animais silvestres.

IMIGRAÇÃO ILEGAL NA NORUEGA

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No mês de maio de 2011 passei alguns dias em Oslo e vi com certa preocupação diversos  acampamentos de imigrantes localizados nas vias públicas, sempre nas proximidades de igrejas católicas.

Os cartazes fixados nas tendas apelavam por providências para a solução de um problema social que, aos olhos gerais, não dizia respeito aos noruegueses. Tanto é verdade que eles olhavam para os imigrantes acampados nas áreas turísticas com desprezo ou indiferença.

Evidentemente que os atantados recentes produzidos por um jovem insano causaram muita comoção e dor em todas as nações ricas e pobre do planeta, mas pelo que vi ali, ouso afirmar que no íntimo cada cidadão que via aqueles grupos de imigrantes catando comida nas lixeiras ou cometendo pequenos delitos nas ruas, gostaria de dizer os socialistas noruegues que os imigrantes pauperizados não são bem vindos à Noruega.

 

 

 

 

 

 

 

sexta-feira, julho 22, 2011

EXTINÇÃO SUMÁRIA DO MINISTÉRIO DOS TRANSPORTE E DNIT







A presidente Dilma, assim com todos os políticos e todos os empreiteiros do Brasil sabem que o assaltado MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES e o famigerado DNIT são irrecuperáveis e a solução definitiva passa pela EXTINÇÃO SUMÁRIA e IMEDIATA desses dois ANTROS DE CORRUPÇÃO ATIVA E CONTINUADA.

Quem conhece como são feitas as LICITAÇÕES, CONTRATAÇÕES, REPASSESE DE VERBAS e LIBERAÇÃO DE PAGAMENTOS em tais ANTROS, sabe que não há ali nenhuma obra limpa e nenhum procedimento administrativo lícito.  

Aos espertalhões do PT e da BASE ALIADA que alegam na imprensa que o Governo não pode paralisar as obras em curso, eu retruco dizendo: Dilma pode e deve livrar o Brasil das gangues que ali atuam, pois tudo ali é alvo de CORRUPÇÃO, SUPERFATURAMENTO e ROUBO.

Aos larápios que perguntam sobre quem cuidará das obras, eu respondo sem pestanejar: o EXÉRCITO BRASILEIRO com seus 11 BATALHÕES DE ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO, desde que o Exército Brasileiro não esteja sob o comando um general submisso e acovardado, como é o caso desse Sr. Enzo Martins Peri, que desmoralizou a farda ao conceder medalha a um bandido renitente, quadrilheiro e dedo-duro, como é o caso do José Genuíno.

Como provado está, o EXÉRCITO tem larga experiência em construção de RODOVIAS, FERROVIAS, PONTES, VIADUTOS... e pode, perfeitamente, empreender sob rígida fiscalização do TCU e demais gabinetes, todas as tarefas e o fará com um orçamento reduzido em pelo menos 50%, que á a margem normalmente desviada para os larápios.

Ademais, grande parte da tropa está ociosa, revirando papeis ou batendo continência uns para os outros, de modo que o EXÉRCITO quer trabalhar, não apenas para justificar o soldo que pagamos, mas para tirar o Brasil e suas estradas da lama real e moral em que se encontram.

Ruy Câmara
Escritor


Fortaleza, 15 de junho de 2011. 





segunda-feira, julho 18, 2011

DILMA É PRESIDENTE E NÃO PRESIDENTA!

Quando Dilma chegou ao poder e assumiu-se PRESIDENTA, todos os ministros, políticos e até mesmo pessoas letradas passaram a chamá-la, erroneamente, de PRESIDENTA. 


Ora, não existe essa palavra em nossa língua portuguesa. Nem mesmo pode ser considerada um neologismo apropriado para um cargo tão importante. 


Imagine a incongruência se alguém dissesse: A presidenta Dilma foi uma estudanta. Dilma é implicanta?


No português existem os particípios ativos como derivativos verbais. Por exemplo: o particípio ativo do verbo atacar é atacante; de implicar é implicante; de pedir é pedinte; de cantar é cantante; de existir é existente; o de mendicar é mendicante... 


Qual é o particípio ativo do verbo ser? O particípio ativo do verbo ser é ente. Aquele que é: o ente. Aquele que tem entidade. Assim, quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a ação que expressa um verbo, há que se adicionar à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte. 


Dize-se capela ardente, e não capela "ardenta"; diz-se estudante, e não "estudanta"; diz-se adolescente, e não "adolescenta"; diz-se paciente, e não "pacienta".

Um bom exemplo do erro grosseiro seria:

"A presidenta se comporta como uma adolescenta pouco pacienta, que imagina ter virado eleganta para tentar ser nomeada representanta do povo. Esperamos vê-la algum dia sorridenta, numa capela ardenta, pois esta dirigenta política, dentre tantas outras suas atitudes equivocadas, não tem o direito de violentar o língua portuguesa apenas ficar contenta".


Portanto, à pessoa que preside é PRESIDENTE, e não "presidenta", e essa designação é independente do sexo ou da orientação sexual. O resto é apenas um problema de ignorância.  




quinta-feira, julho 14, 2011

PT - UM CÂNCER GENERALIZADO


O PT já nasceu moralmente enfermo, rapidamente se promiscuiu na tomado do poder e lançou-se na devoração do Estado. 

Seu raquitismo moral e ético contaminou as estruturas do poder com uma praga contagiosa e sem cura: a corrupção endêmica e sistêmica que carcome a Nação. 

Após 8 anos de promiscuidade política o PT tornou-se um câncer generalizado, um câncer que precisa ser extirpado de todas as instâncias da vida pública nacional.

ANTRO DE PROMISCUIDADE

Todos os dias a banda podre desse parlamento atenta contra o bom senso, a razão e contra os interesses da uma sociedade ainda incapaz de compreender o significado do termo, CIDADANIA. 

O parlamento (se é que tal palavra se adequa ao caso brasileiro) tornou-se um antro de promiscuidade de toda ordem e não será a Justiça, nem as Forças Armadas, nem o Governo dos petralhas e mensaleiros, e muito menos os partidos políticos que haverão de corrigir os desmandos cotidianos que tomamos conhecimento. 

Essa é uma tarefa da SOCIEDADE CIVIL ORGANIZADA e da IMPRENSA LIVRE. Tanto é verdade que alguns cretinos desse parlamento já defendem o Controle dos Grupos Sociais da web. Por que querem ter esse controle? Por uma razão muito simples: porque os grupos sociais estão sendo um incômodo.