domingo, novembro 11, 2012





Os debates sobre temas raciais quase sempre são desviados para um terreno ideologicamente perigoso, porque invoca aquele secular e arcaico duelo entre escravocratas e abolicionistas, despertando frustrações ou mesmo acirrando teses racistas entre grupos antagônicos.


Recentemente o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu equivocadamente e por unanimidade, simplificar a gravidade dos problemas econômicos e sociais que afetam a imensa maioria do povo brasileiro, determinando que a introdução de cotas raciais para o acesso às universidades públicas federais não viola a Constituição da República. 

A mais alta corte de justiça do Brasil ignorou solene que, biologicamente não há distinção entre raças, assim como não há comprovação científica capaz de unificar os indivíduos das categoria raciais "parda clara, parda escura e pretos" numa única categoria: "Negra." 

Alias, a expressão RAÇA deriva de um conceito antropológico arcaico, que classifica as pessoas com base no fenótipo, nos traços visíveis, tais como: a cor da pele, o formato do crânio, o tipo de cabelo, etc. 

A antiga classificação de raças do IBGE foi pinçada da classificação adotada secularmente pelas Forças Armadas, ou seja, classificavam-se os alistados para o serviço militar em cinco categorias: branca, preta, parda, amarela e indígena. Eu, por exemplo, fui classificado como pardo claro. 

Com base nessa classificação, o IBGE, de forma fraudulenta, divulgou o quadro cromático brasileiro, onde os brancos representam 50% da população (95 milhões); os pardos representam 43% da população (79 milhões); os negros representam 6% (11 milhões); os amarelos (asiáticos) representam 0,7% da população (1 milhão); e os índios representam 0,3% da população (800 mil). 

Portanto, é uma tremenda FRAUDE ESTATÍSTICA dizer que o Brasil tem a maior população de origem africana das américas. Ao contrário do que afirmam os fraudadores de plantão do governo petista, eu afirmo e comprovo que temos a maior população de origem européia do continente Sul Americano, já que o traço ancestral que predomina nas gentes brasileiras tem sua gênese biológica no cruzamento de brancos (portugueses, espanhóis e holandeses) com nossas índias. 

A prova incontestável dessa afirmação pode ser encontrada na distribuição das gentes no território brasileiro, onde se constata que no Sul do país predomina o elemento europeu de origem alemã, italiana e eslava; no sudeste predomina o elemento europeu de origem portuguesa, espanhola, alemã e italiana; no Nordeste predomina o elemento africano, indígena e europeu de origem portuguesa e holandesa; no Norte predomina o elemento indígena.

Portanto, é um equívoco ou mesmo uma deformação proposital dizer que o Brasil é afro-brasileiro. Em verdade, nesse cadinho cromático ocorreu a miscigenação genuinamente brasileira, que produziu uma civilização que conserva no seu fenótipo a marca da nossa celtibérica-latino-africanidade, ou seja, uma civilização gerada a partir de um elemento novo e que podemos chamar de elemento celtibérico-afro-latino, e não de afro-brasileiro, como querem os líderes desses movimentos raciais e o governo populista do PT. 

O termo afro-brasileiro é reducionista, exclusivista, já que reaviva apenas a ascendência de negros africanos vindos para o Brasil, por isso mesmo não tem a mínima sustentação antropológica e muito menos genética, uma vez que exclui e ignora, por vontade de dominação política, a gênese biológica fundante da nossa formação civilizatória. 

Quanto a malsinada Lei de cotas sancionada pelo populista Lula para privilegiar o ingresso de estudantes que se autoconsideram negros nas universidades públicas do Brasil, podemos afirmar que o MEC viu aí um biombo para esconder as deficiências do ensino básico e fundamental gratuitos no Brasil. 

Fazendo um recorte da linha de pobreza no Brasil, contata-se que temos aproximadamente 57 milhões de pobres. Na faixa da pobreza humana e por falta de renda, temos 20 milhões de brancos, representando 34,2%; temos 33 milhões de pardos, representando 58,7%; e temos somente 3,9 milhões de negros, representando a minoria, ou seja, 7,1% dos pobres do Brasil. Ou seja, brancos e pardos formam uma maioria composta por 92,9% da população brasileira. 

Então, surge aí um problema real que se agrava com a famigerada Lei: como inserir 57 milhões de pessoas carentes de escolaridade, de cultura e de melhores condições materiais? O truque do governo populista do PT foi juntar a massa de pobres de todas as cores (exceto os brancos) numa estatística fraudulenta que elevou de 7,1% para 65,8% o contingente de pobres, passando a chamá-los, indistintamente, de NEGROS. Isso é uma fraude grotesca.

Desse modo o governo do PT reuniu na classificação de PARDOS todos os MULATOS, CABOCLOS, CAFUZOS, MAMELUCOS e mestiços de pretos com as demais "cores" e, em seguida, deslocou os pardos para a classificação de negros. Sem dúvida, o governo cometeu um equívoco retumbante e estabeleceu um paradoxo sem solução para encobrir a ausência de uma política sustentável de inserção sem exclusão de qualquer natureza. 

Ao sancionar o regime subjetivo de cotas o governo criou também um racismo envergonhado, acabrunhado, onde um cidadão considerado negro pelo sistema passa a ser visto como inferior em talento e em inteligência, já que seu mérito não será aferido em condições de igualdade com os demais para ingressar na universidade. 

Não há um critério justo e muito menos honesto de seleção segundo a famigerada Lei, e a sua aplicação é tão deformada que chega a dispensar, na prática, as comissões de avaliadores, cometendo o absurdo de considerar dois gêmeos univitelinos como sendo de etnias diferentes, como ocorreu na Universidade de Brasilia a partir de uma fotografia analisada por um burocrata estúpido. 

A Lei criada para atender à demandas eleitoreiras do PT é tão desonesta que permite uma seleção baseada em critérios totalmente subjetivos de um avaliador sem nenhum conhecimento científico para tanto. Os avaliadores de plantão decidem quem terá ou não direito às cotas, segundo uma decisão pessoal, prevalecendo aí um absurdo ainda maior: basta o sujeito assinar um termo autodeclarando sua raça e o milagre está feito, anulando assim o acesso pelo mérito.

A experiência nos autoriza a dizer que, no Brasil o que surge para ser temporário passa a ser permanente porque, tanto a sociedade, quanto as instituições nacionais, sobretudo o governo, são incapazes de cortar privilégios estabelecidos. 

Ora, nenhum problema social pode ser resolvido de forma perene com artifícios legalistas, principalmente quando a própria sociedade não se empenha na solução das deficiências estruturais de base, como por exemplo: exigir dos governos educação de qualidade em todos os níveis; oportunidades para o desenvolvimento intelectual e cultural das famílias e a preparação profissional do alunado para ampliar a distribuição de renda. 

Nesse ponto da questão caberia perguntar aos propagadores de soluções milagrosas o seguinte: Como é possível justificar a eficácia de uma política de inclusão "racial" deixando para trás a massa de 53 milhões brasileiros brancos e pardos, pobres e analfabetos? 

Não resta dúvida alguma de que o STF violou de forma cristalina o Art. 5º da CF: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição.



A irracionalidade da Lei de Cotas raciais é uma deformação populista, que anula o mérito individual do estudante dedicado e por simplificação legalista viola de forma afrontosa e ostensiva a Constituição Federal, bastando para tanto observar que, doravante nem todos serão iguais perante a lei, nem perante ao próximo. 

Ora, todo cidadão tem o direito inalienável de ser visto e de ser respeitado como um indivíduo único, em caráter, trajetória de vida, vocação, conhecimentos e em genoma, e não apenas como pertencente a um dado grupo racial.

O que essa lei infunde, em última instância é o seguinte: baseados numa regra cientificamente falsa e socialmente ofensiva, somos contra à meritocracia e aos sistemas que premiam o mérito individual, porque temos convicção de que os indivíduos que se declaram "negros" não reúnem as condições mínimas para superarem os próprios fracassos.   

Ruy Câmara 
Escritor

http://blogdoescritorruycmara.blogspot.com.br/2012/11/populismo-e-farsa-da-cotas-raciais.html

POPULISMO E FARSA DAS COTAS RACIAIS





Os debates sobre temas raciais quase sempre são desviados para um terreno ideologicamente perigoso, porque invoca aquele secular e arcaico duelo entre escravocratas e abolicionistas, despertando frustrações ou mesmo acirrando teses racistas entre grupos antagônicos.


Recentemente o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu equivocadamente e por unanimidade, simplificar a gravidade dos problemas econômicos e sociais que afetam a imensa maioria do povo brasileiro, determinando que a introdução de cotas raciais para o acesso às universidades públicas federais não viola a Constituição da República. 

A mais alta corte de justiça do Brasil ignorou solene que, biologicamente não há distinção entre raças, assim como não há comprovação científica capaz de unificar os indivíduos das categoria raciais "parda clara, parda escura e pretos" numa única categoria: "Negra." 

Alias, a expressão RAÇA deriva de um conceito antropológico arcaico, que classifica as pessoas com base no fenótipo, nos traços visíveis, tais como: a cor da pele, o formato do crânio, o tipo de cabelo, etc. 

A antiga classificação de raças do IBGE foi pinçada da classificação adotada secularmente pelas Forças Armadas, ou seja, classificavam-se os alistados para o serviço militar em cinco categorias: branca, preta, parda, amarela e indígena. Eu, por exemplo, fui classificado como pardo claro. 

Com base nessa classificação, o IBGE, de forma fraudulenta, divulgou o quadro cromático brasileiro, onde os brancos representam 50% da população (95 milhões); os pardos representam 43% da população (79 milhões); os negros representam 6% (11 milhões); os amarelos (asiáticos) representam 0,7% da população (1 milhão); e os índios representam 0,3% da população (800 mil). 

Portanto, é uma tremenda FRAUDE ESTATÍSTICA dizer que o Brasil tem a maior população de origem africana das américas. Ao contrário do que afirmam os fraudadores de plantão do governo petista, eu afirmo e comprovo que temos a maior população de origem européia do continente Sul Americano, já que o traço ancestral que predomina nas gentes brasileiras tem sua gênese biológica no cruzamento de brancos (portugueses, espanhóis e holandeses) com nossas índias. 

A prova incontestável dessa afirmação pode ser encontrada na distribuição das gentes no território brasileiro, onde se constata que no Sul do país predomina o elemento europeu de origem alemã, italiana e eslava; no sudeste predomina o elemento europeu de origem portuguesa, espanhola, alemã e italiana; no Nordeste predomina o elemento africano, indígena e europeu de origem portuguesa e holandesa; no Norte predomina o elemento indígena.

Portanto, é um equívoco ou mesmo uma deformação proposital dizer que o Brasil é afro-brasileiro. Em verdade, nesse cadinho cromático ocorreu a miscigenação genuinamente brasileira, que produziu uma civilização que conserva no seu fenótipo a marca da nossa celtibérica-latino-africanidade, ou seja, uma civilização gerada a partir de um elemento novo e que podemos chamar de elemento celtibérico-afro-latino, e não de afro-brasileiro, como querem os líderes desses movimentos raciais e o governo populista do PT. 

O termo afro-brasileiro é reducionista, exclusivista, já que reaviva apenas a ascendência de negros africanos vindos para o Brasil, por isso mesmo não tem a mínima sustentação antropológica e muito menos genética, uma vez que exclui e ignora, por vontade de dominação política, a gênese biológica fundante da nossa formação civilizatória. 

Quanto a malsinada Lei de cotas sancionada pelo populista Lula para privilegiar o ingresso de estudantes que se autoconsideram negros nas universidades públicas do Brasil, podemos afirmar que o MEC viu aí um biombo para esconder as deficiências do ensino básico e fundamental gratuitos no Brasil. 

Fazendo um recorte da linha de pobreza no Brasil, contata-se que temos aproximadamente 57 milhões de pobres. Na faixa da pobreza humana e por falta de renda, temos 20 milhões de brancos, representando 34,2%; temos 33 milhões de pardos, representando 58,7%; e temos somente 3,9 milhões de negros, representando a minoria, ou seja, 7,1% dos pobres do Brasil. Ou seja, brancos e pardos formam uma maioria composta por 92,9% da população brasileira. 

Então, surge aí um problema real que se agrava com a famigerada Lei: como inserir 57 milhões de pessoas carentes de escolaridade, de cultura e de melhores condições materiais? O truque do governo populista do PT foi juntar a massa de pobres de todas as cores (exceto os brancos) numa estatística fraudulenta que elevou de 7,1% para 65,8% o contingente de pobres, passando a chamá-los, indistintamente, de NEGROS. Isso é uma fraude grotesca.

Desse modo o governo do PT reuniu na classificação de PARDOS todos os MULATOS, CABOCLOS, CAFUZOS, MAMELUCOS e mestiços de pretos com as demais "cores" e, em seguida, deslocou os pardos para a classificação de negros. Sem dúvida, o governo cometeu um equívoco retumbante e estabeleceu um paradoxo sem solução para encobrir a ausência de uma política sustentável de inserção sem exclusão de qualquer natureza. 

Ao sancionar o regime subjetivo de cotas o governo criou também um racismo envergonhado, acabrunhado, onde um cidadão considerado negro pelo sistema passa a ser visto como inferior em talento e em inteligência, já que seu mérito não será aferido em condições de igualdade com os demais para ingressar na universidade. 

Não há um critério justo e muito menos honesto de seleção segundo a famigerada Lei, e a sua aplicação é tão deformada que chega a dispensar, na prática, as comissões de avaliadores, cometendo o absurdo de considerar dois gêmeos univitelinos como sendo de etnias diferentes, como ocorreu na Universidade de Brasilia a partir de uma fotografia analisada por um burocrata estúpido. 

A Lei criada para atender à demandas eleitoreiras do PT é tão desonesta que permite uma seleção baseada em critérios totalmente subjetivos de um avaliador sem nenhum conhecimento científico para tanto. Os avaliadores de plantão decidem quem terá ou não direito às cotas, segundo uma decisão pessoal, prevalecendo aí um absurdo ainda maior: basta o sujeito assinar um termo autodeclarando sua raça e o milagre está feito, anulando assim o acesso pelo mérito.

A experiência nos autoriza a dizer que, no Brasil o que surge para ser temporário passa a ser permanente porque, tanto a sociedade, quanto as instituições nacionais, sobretudo o governo, são incapazes de cortar privilégios estabelecidos. 

Ora, nenhum problema social pode ser resolvido de forma perene com artifícios legalistas, principalmente quando a própria sociedade não se empenha na solução das deficiências estruturais de base, como por exemplo: exigir dos governos educação de qualidade em todos os níveis; oportunidades para o desenvolvimento intelectual e cultural das famílias e a preparação profissional do alunado para ampliar a distribuição de renda. 

Nesse ponto da questão caberia perguntar aos propagadores de soluções milagrosas o seguinte: Como é possível justificar a eficácia de uma política de inclusão "racial" deixando para trás a massa de 53 milhões brasileiros brancos e pardos, pobres e analfabetos? 

Não resta dúvida alguma de que o STF violou de forma cristalina o Art. 5º da CF: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição.



A irracionalidade da Lei de Cotas raciais é uma deformação populista, que anula o mérito individual do estudante dedicado e por simplificação legalista viola de forma afrontosa e ostensiva a Constituição Federal, bastando para tanto observar que, doravante nem todos serão iguais perante a lei, nem perante ao próximo. 

Ora, todo cidadão tem o direito inalienável de ser visto e de ser respeitado como um indivíduo único, em caráter, trajetória de vida, vocação, conhecimentos e em genoma, e não apenas como pertencente a um dado grupo racial.

O que essa lei infunde, em última instância é o seguinte: baseados numa regra cientificamente falsa e socialmente ofensiva, somos contra à meritocracia e aos sistemas que premiam o mérito individual, porque temos convicção de que os indivíduos que se declaram "negros" não reúnem as condições mínimas para superarem os próprios fracassos.  

Ruy Câmara 
Escritor

http://blogdoescritorruycmara.blogspot.com.br/2012/11/populismo-e-farsa-da-cotas-raciais.html

sexta-feira, novembro 09, 2012

ESPAÇOS VAZIOS NA CIA E NO CORAÇÃO DE UM HEROI




ESPAÇOS VAZIOS NA CIA E NO CORAÇÃO DE UM HEROI




A vida de um general de guerra, de um agente da CIA ou a vida de um escritor consciente do seu ofício é, na melhor das hipóteses, uma vida de solidão e o amor quando brota no íntimo de um solitário, rasga seu peito com inpiedade, tal como fazem as raízes de uma roseira, que logo mostram um caule de espinhos sustentando uma bela rosa vermelha. 


As notícias dão conta de que o general da reserva do glorioso exército dos EUA, David Petraeus, chefe da CIA desde setembro de 2011, renunciou hoje ao importante cargo em função de um RELACIONAMENTO EXTRACONJUGAL. 


Eis o que o general escreveu em sua carta de renúncia entregue ao Barak Obama. 



Após ter sido casado por 37 anos, eu mostrei extremamente o meu pouco juízo ao me envolver num caso extraconjugal. Tal comportamento é inaceitável, tanto como marido, quanto como líder de uma organização como a nossa. 

O que é isso? O homem que comandou a guerra após o atentado de 11 de Setembro; que foi o líder de 140 mil soldados da força internacional no Afeganistão; sem contar as missões perigosas e suicidas da qual tomara parte nos territórios de guerras, renunciou hoje a um dos cargos mais importantes do mundo porque envolveu-se numa relação extraconjugal após 37 anos de casado com a Srª Virginia, mãe dos seus dois filhos adultos? Creio que nem mesmo a Srª Virginia o perdoará pelo rigor e severidade moral com que seu marido se puniu. 

No Brasil dos petralhas, dos políticos salafrários e dos bandos de marginais que atuam no Congresso Nacional, tal situação é impensável. Aqui os quadrilheiros da política são flagrados roubando a nação, extorquindo empresários, praticando corrupção e quando são denunciados pelo Ministério Público, com fartura de provas incontestáveis, ainda ousam permanecerem nos cargos até o tombo final, alegando inocência e mentindo descaradamente e ainda contam com a conivência e cumplicidade de gente graúda do poder. 

Qualquer cidadão americano tem consciência de que o exército dos EUA o treinou para ser um soldado honrado, digno, cumpridor das suas missões e notadamente preparado para MATAR centenas ou milhares de pessoas com uma ordem ou um disparo. Mas ninguém daquela academia (US Army) ensinou ao oficial, David Howell Petraeus, mestre e doutor em Relações Internacionais pela Princeton, que os sentimentos, paixões, ódios, desejos, preferências e as dores do amor que precedem o SER são determinidades puramente humanas que estão no âmbito exclusivo do indivíduo, da intimidade de cada um, e pouco diz respeito às questões de Estado, senão à questão MORAL, que nesse caso é de foro íntimo. 

Tivesse ele em guerra e mandado despachar milhares de afegãos, cazaquistãos, iraquianos ou líbios para o éter, não estaria sofrendo essa crise de consciência; não estaria em julgamento nenhuma questão MORAL contra si, e provavelmente o inocente general ainda seria distinguido com as medalhas de bravura e as horas militares que os governos concedem aos heróis da pátria. 

Ao renunciar ao cargo de líder do Serviço Silencioso da Nação americana, David Howell Petraeus ignorou solene aquilo que o genial escritor, Leon Bloy, externou um dia, não exatamente com as mesmas palavras da sua carta de renúncia, mas com o mesmo sentimento de quem tardiamente descobriu que há espaços vazios no coração de um homem que ainda não possuem existências, e neles o amor e o sofrimento penetram para que outros espaços possam existir com plenitude. 

Parece certo dizer que a lógica que norteia a vida e o amor, com direito a desfrutá-lo nas tremuras da carne, está completamente invertida diante de um paradoxo que se afirma com autarcia: Matar em tempos de guarra pode; amar em tempos de paz não pode! Eis uma questão moral que nem mesmo a intelligentsia americana, por mais suprema que se presuma, conseguirá deslindar. 

Ruy Câmara


Escritor



http://blogdoescritorruycmara.blogspot.com.br/2012/11/espacos-vazios-na-cia-e-no-caracao-de.html