quarta-feira, dezembro 31, 2014

ELEGIA À VIDA!


OU DANTE OU NADA!

Dedico estas linhas a todos os meus amigos que se foram deste mundo velho, tão velho quanto a sombra do Eterno, deixando-me com a impressão de que viver plena e longamente a vida é sentir nas próprias fibras a intensidade daquilo que os outros não sentiram, como por exemplo, as dores das perdas, as angústias das incertezas e os prazeres de viver o que só em vida podemos sentir. (Ruy Câmara)

Hoje acordei propenso e deixar que as minhas ideias sobre a vida se sirvam de algumas palavras que poderão me auxiliar a começar este dia que se inicia com uma reflexão. 

Raramente consigo refletir sobre a vida em separado das circunstâncias que me cercam ou que me afligem a cada vez que tomo consciência da complexidade de elaborar nesse terreno.

Começar o dia pensando na vida parece coisa de quem não tem algo mais produtivo com o que se ocupar. Contudo, sem refletir e sem externar um sentimento, as coisas reais, os lugares reais e as pessoas reais perderiam sua razão de ser e, pois, perderiam o seu próprio sentido de existência. 

Agora mesmo começo a lembrar das quatro e únicas vezes em que ousei repensar o futuro e, consequentemente, em mudar os rumos da minha vida.

A primeira vez ocorreu quando me vi compelido a ignorar uma vocação real para seguir uma carreira socialmente promissora que supostamente me asseguraria uma velhice confortável e tranquila.

A segunda vez foi quando me vi forçado a deixar o lar paterno para cumprir um compromisso matrimonial que sabidamente não resistiria ao primeiro duelo de temperamentos.

A terceira vez foi quando uma tempestade cambial me fez prisioneiro das armadilhas dos sistemas financeiros e, por excesso de escrúpulos, decidi me libertar de um cárcere empresarial que prometia me anular por toda a restante vida.

A quarta e última vez que ousei refletir sobre o futuro foi precisamente quando perdi minha filha Lia (aos dois aninhos) e comecei a garimpar no oco da existência em busca do que ainda poderia restar de esperanças para seguir a minha real vocação de escritor.

Lembro-me bem que, no momento crucial das incertezas e indecisões, recorri ao poeta oracular, Gerardo Mello Mourão, meu mestre e amigo, que de longe me soprou uma utopia impossível de imaginar: Ou Dante ou nada, querido Ruy.

Quinze anos se passaram para que eu pudesse compreender verdadeiramente o significado das palavras do mestre Gerado num momento angustiante e incerto da minha vida. E só agora ouso admitir como foi difícil começar a pôr em prática aquele sopro de genialidade e desprendimento.

Parece que a vida é um eterno recomeçar. Pior ainda é a sensação de recomeçar do nada, como por exemplo, a partir de uma página em branco, tendo em mente a máxima: ou Dante ou nada. 

Ora, uma página em branco é o vazio absoluto e nada é mais absoluto do que o vazio. Contudo, no vazio da página em branco comporta um ser com toda a sua carga de afetos, aflições, esperanças, desencantos e ideias.

Parece que o enigma do ser é o enigma de uma ideia aflita que se materializa num gesto genesíaco e criador da vida e do existir de tudo e de todos. Do ângulo em me situo nesta manhã, ocorreu pensar que são as palavras que preenchem o vazio das ideias, tanto que já não sei se estou confortavelmente abrigado ou severamente oprimido numa armadilha que me aprisiona ao longo de minha vida. Do ponto de vista da lógica vigente esta reflexão parece destituída de sentido. Mas do ponto real foi assim que recomecei uma nova vida aos 40 anos. 

Dessa vida nova eu entendo um pouco porque sobrevivi a uma vida velha que me levaria o supremo desânimo. Hoje, com um pouco mais de experiência vivida, eu diria ao leitor: se alguma vez o abutre do desânimo tentar bater asas sobre você, pedradas nele. Não se deixe abater nunca. 

Em qualquer parte do mundo nós, às vezes, nos sentimos vazios e sem ânimo. Mas a vida, a vida real do ser, é esse vazio que sentimos no íntimo das nossas fibras. O vazio é o próprio ser que não se preenche nunca, com nada, nada mesmo. Esse deve ser o enigma do ser e a questão do ser como enigma de si próprio. O vazio do ser, o oco interior do ser, se assemelha ao oco de um copo. O copo é uma casca de vidro ou de matéria plástica, e fora dessa casca não há nada, apenas o espaço vazio. Assim somos nós. Fora da nossa casca nada há. Portanto, o que existe no íntimo do ser é um vazio imenso que espera ser preenchido. Basta uma alegria, uma palavra, o despertar de um sentimento, e logo o vazio se preenche para novamente voltar ao estado anterior. Parece surreal, mas é real. O vazio e o pleno são os fundamentos em contradição permanente em nossa vida, na arte de viver e em todas as artes que embelezam as nossas incertas vidas. 

A pintura, por exemplo, carece do vazio, do não pintado para ser o que é. Uma obra de arte passa a existir a partir do seu vazio. A tela é o vazio pintado. Na música, por exemplo, o vazio é preenchido num átimo de silêncio em que as notas se apartam e fragmentam os sons buscados pelo ritmo e pela melodia. A dança, por exemplo, não se expressa apenas pelos movimentos do corpo. A coisa da dança é o espaço vazio onde dança o bailarino. É nesse vazio onde ele, de repente, planta os pés em movimento. O átimo de tempo que dura essa imagem de vazio preenchido pelo corpo é a dança propriamente dita. Portanto, a vida, dentro do oco da vida, como no oco do copo, no vazio de uma página, no vazio da tela do pintor, no vazio do palco, no vazio silente da música e em todos os vazios da vida, comporta a vida plena de um ser que vai se preenchendo com qualquer substância essencial, seja real ou mesmo imaginária. 

E para ser conciso, penso que viver é dotar de sentido o que aparentemente não faz sentido algum, como o fim da existência; ou como nos versos de Rimbaud: viver é sentir nas fibras aquilo que os outros imaginam ter sentido em cada impressão, porque, enfim, a arte de viver intensamente é um eterno preencher de vazios.

Essa é a máxima da vida, recomeçar sempre, sempre, a cada dia que principia, mesmo que seja para preencher o vazio de uma página ou o vazio de uma existência que se exalta e se renova a cada alvor.  

Ruy Câmara
Escritor



terça-feira, dezembro 16, 2014

Ninguém pode ser julgado por tortura cometida nos anos 1970

Ninguém pode ser julgado por tortura cometida nos anos 1970

Em seu relatório, divulgado na semana passada, a CNV (Comissão Nacional da Verdade) defende a punição de agentes públicos responsabilizados por violar direitos humanos durante o regime da contra-revolução militar. Isso implica rever a Lei da Anistia (1979) que, segundo a Comissão da Verdade, não ampara agentes do Estado.


Luiz Eduardo Rocha Paiva

Contrariando pareceres da Advocacia Geral da União eda Procuradoria Geral da República e decisão do STF, a comissão interpreta equivocadamente a Lei da Anistia e o poder de declarações, resoluções, tratados e convenções da ONU.

Declarações e resoluções não são mandatórias, ao contrário de Convenções e Tratados - só para os países que aderirem. A adesão só terá validade no Brasil se aprovada no Congresso e ratificada pelo presidente da República.

Em 1979, o Brasil não ratificara nenhum tratado ou convenção internacional que impedisse a anistia tal como foi concedida. Os ratificados após 1979 não podem retroagir contra os anistiados, conforme cláusulas pétreas da Constituição de 1988 (art. 5º; incisos XXXVI e XL).

A comunidade global não contesta, por exemplo, a anistia concedida pelo Estado na África do Sul, nos anos 1990, que contemplou seus agentes e militantes de movimentos armados responsáveis por crimes contra a humanidade nos anos de apartheid. Não contesta, também, a concedida na Espanha, no Pacto de Moncloa, ao final do governo de Franco, em 1977.Ou seja, lá, como aqui, não houve autoanistia e sim anistia geral concedida pelo Estado, inclusive a seus agentes.

Pelo critério da CNV, os crimes da luta armadano Brasil também seriam crimes contra a humanidade, pois os assassinatos, sequestros, torturas e atos terroristas contra grupos opositores, armados ou não, eram uma política sistemática e generalizada para tomar o poder.

Prescrição de crimes:

Por que a CNV enquadrou só os agentes do Estado? No voto do ex-ministro do STF Eros Grau, relator da ADPF 153 (Arguição de Descumprimento de Princípio Fundamental), consta: "o Brasil não subscreveu a convenção sobre imprescritibilidade dos crimes de guerra e dos crimes contra a humanidade nem qualquer outro documento que contivesse cláusula similar; o costume internacional não pode ser fonte de direito penal, sem violação de uma função básica do princípio da legalidade".

Na Constituição, a prescrição só caiu para crimes de racismo e conluio armado contra a ordem constitucional e o Estado Democrático (art. 5º, incisos XLII e XLIV). O Brasil só ratificou a Convenção Americana de Direitos Humanos em 1992 e ela também acolhe o Princípio da Legalidade (art. 9º): "não há crime nem pena sem lei que o tipifique".

A anistia pacificou o Brasil em históricos conflitos internos, e se perder a credibilidade, este instrumento de pacificação nunca mais será eficaz

Ninguém pode ser julgado por tortura cometida nos anos 1970, pois ela só foi tipificada em 1997, sendo, até então, enquadrada como lesão corporal, dano moral ou abuso de autoridade. Mas ainda assim é prescritível.

Só em 2001 o Brasil aderiu à CIDH (Corte Interamericana de Direito Humanos), mas com a ressalva de reconhecer a competência da corte para julgar crimes cometidos após 1998. Se a corte aceitou a adesão com essa ressalva, não poderia julgar o Brasil por crimes no Araguaia, nos anos 1970.

Assim, sua sentença de 2010 não tem validade.Agentes acusados por crime de desaparecimento forçado estão amparados também pela Lei Nº 9.140/1995 - Lei de Indenizações - que considerou mortos, para todos os efeitos legais, os desaparecidos no regime militar. Portanto, não podem estar sequestrados.

Já a Assembleia Geral da ONU adotou os "Princípios e Diretrizes sobre o Direito à Reparação para Vítimas de Violações de Direitos Humanos", pelos quais os Estados devem: investigar e tomar providências contra os responsáveis por violações de direitos humanos, inclusive indivíduos e entidades; garantir a reparação das vítimas; revelar a verdade em documentos de ensino.

Para ser coerente com seu critério de seguir documentos internacionais, a CNV teria de esclarecer os crimes da luta armada - que deixaram 119 mortos e centenas de feridos e mutilados - propor a publicação das violações em documentos de ensino e responsabilizar as lideranças dos grupos armados revolucionários, hoje em altos escalões políticos.

A anistia pacificou o Brasil em históricos conflitos internos. Se perder a credibilidade, este instrumento de pacificação nunca mais será eficaz. Rever a anistia é uma irresponsabilidade política e traz insegurança jurídica.

Em 1979, a anistia geral e irrestrita era condição essencial para a pacificação e redemocratização sem retrocessos, e esta foi a intenção do legislador, ciente dos anseios da sociedade. Este foi o "espírito da lei" e não se admite interpretações fora daquele contexto histórico.

Luiz Eduardo Rocha Paiva
Especial para UOL

http://blogdoescritorruycmara.blogspot.com.br/2014/12/ninguem-pode-ser-julgado-por-tortura.html

terça-feira, outubro 28, 2014

OS MISTÉRIOS DAS ELEIÇÕES



Confirma-se hoje o que antecipei naquele momento tenso em que o Brasil nada sabia e aguardava com ansiedade o TSE liberar o resultado já apurado até então das eleições para presidente. Hoje foi divulgado na imprensa que Aécio liderou a corrida desde o início até a apuração de 89,9% de todos os votos do Brasil. 

Naquele momento em que a apuração transcorria às portas fechadas no TSE, o sistema de totalização ficou mais lento, aos 89,9% da apuração e somente alguns ministros e 30 técnicos privilegiados sabiam que Aécio estava na liderança e que marchava para a vitória. 

Após algumas trocas de mensagens entre pessoas influentes, a notícia vazou, sabe-se lá como. Ao ser informado aqui na Flórida por fonte segura, postei no meu Facebook a informação de que, com 89,9% da apuração, Aécio liderava. E informei também que gente da Infraero havia comentado que estava havendo uma revoada de jatinhos saindo do Rio e de São Paulo para Belo Horizonte. 

Portanto, está confirmada a informação de que Aécio Neves liderou a apuração das 17h00 até às 19h32, quando o sistema ficou mais lento, justamente aos 89,9% da apuração, justamente quando correu o boato de que a demora decorria da apuração dos votos do Norte e Nordeste.

Nota importante:

Devido o horário de verão adotado em plenas eleições, o TSE fez o Brasil inteiro ficar esperando a votação do Acre, votação que foi encerrada por lá às 17h00 e 20h no Sudeste, exatamente quando os números oficiais foram anunciados ao público, com Dilma aparecendo com cerca de 2% à frente de Aécio. 

Há quem acredite que os técnicos do TSE ficaram isolados, sem celular e sem acesso à Internet durante todo o tempo de apuração, mas eu precisaria estar lá para acreditar que, mesmo que a apuração não precisa de internet para processar os votos, dificilmente um técnico experiente ficaria incomunicável diante de tantas circunstâncias ou mesmo pressões. 

Evidentemente que, caso os votos das urnas eletrônicas fossem impressos e armazenados, permitindo a recontagem manual de forma clara, Aécio e o Brasil poderia pedir a recontagem (já que a margem foi mínima) apenas para termos a certeza de que, após uma aferição transparente, o resultado eletrônico retrata de fato a realidade. Infelizmente, enquanto prevalecer somente a apuração eletrônica dos votos, o eleitor brasileiro não terá jamais a certeza de que o resultado proclamado reproduz a exatidão. 

Portanto, já que se fala tanto em reforma política, eu espero que esta comece pelo aprimoramento, não só do sistema de apuração eletrônica, mas também de um sistema paralelo que permita a aferição de todo o processo. 

Eu, assim como a imensa maioria do POVO BRASILEIRO, NÃO CONFIAMOS no SISTEMA DE TOTALIZAÇÃO DAS URNAS ELETRÔNICAS, nem naquela EMPRESA que as fabrica e muito menos em quem DITA AS REGRAS ELEITORAIS NO BRASIL na recente era PETISTA. Como Disse Lula, referindo-se à oposição, eles não sabem do que somos capazes. Quem ameaça de viva voz com tanta arrogância, é capaz de tudo para não perder as eleições. Os vídeos do Lula estão ao alcance de todos no Youtube.

http://blogdoescritorruycmara.blogspot.com/2014/10/os-misterios-das-eleicoes.html


terça-feira, outubro 14, 2014

A SORDIDEZ DO VOTO EM DILMA



Uma pessoa analfabeta, sem formação, sem profissão definida, sem recursos para suster sua família, sem informação alguma e que escapa com a bolsa miséria, admite-se que, por ignorar os fatos que estarrecem a Nação, acabe recebendo alguma vantagem para votar em Dilma ou em alguém do PT.


Mas uma pessoa esclarecida, que tem conhecimento, formação escolar, discernimento, abundância de informações e que testemunha diariamente tantos escândalos vergonhosos perpetrados pela quadrilha de delinquentes do PT, essa pessoa só vota em Dilma ou no PT se for intencionalmente desonesta, desdotada de um mínimo de senso crítico ou de total descompromisso com os mais sutis princípios éticos e morais que embasam uma civilização.

Diante de assaltos continuados que ultrapassam 10 bilhões de dólares só de propina para a quadrilha federal liderada por Dilma, é impossível que um cidadão decente e civilizado se mantenha indiferente e ainda seja capaz de defender esse tipo de conduta ordinária. 


Não consigo esconder de ninguém a minha indignação e repúdio quando vejo gente esclarecida atuando nas escolas, universidades e academias em defesa da quadrilha liderada por Dilma, essa presidente ordinária e mentirosa que desmoraliza a sociedade, que acoberta bandidos e, para se manter no poder, torna-se conivente e cúmplice de tantos canalhas e larápios que há 12 anos dilapidam a Nação brasileira impunemente.

Na atual conjuntura e diante de milhares de escândalos apurados e comprovados ao longo do desgoverno petista, votar em Dilma ou em alguém do PT é reafirmar para si próprio um sórdido e inescrupuloso compromisso antirepublicano, antiético a imoral. 

Essa pessoa está dizendo com todas as letras: ESTOU DE PLENO ACORDO QUE A QUADRILHA DO PT LIDERADA POR DILMA, CONTINUE SAQUEANDO, ASSALTANDO E ROUBANDO O BRASIL E O POVO BRASILEIRO.





quinta-feira, setembro 18, 2014

O SILÊNCIO DE LULA, ALCOÓLATRA E SEMIANALFABETO

O silêncio de Lula

Por Marco Antonio Villa

Na história republicana brasileira, não houve político mais influente do que Luiz Inácio Lula da Silva. Sua exitosa carreira percorreu o regime militar, passando da distensão à abertura. Esteve presente na Campanha das Diretas. Negou apoio a Tancredo Neves, que sepultou o regime militar, e participou, desde 1989, de todas as campanhas presidenciais, se tornando o maior informante do regime militar.

Quando, no futuro, um pesquisador se debruçar sobre a história política do Brasil dos últimos 40 anos, lá encontrará como participante mais ativo o ex-presidente Lula. E poderá ter a difícil tarefa de explicar as razões desta presença, seu significado histórico e de como o país perdeu lideranças políticas sem conseguir renová-las, graças a um alcaguete profissional.

Lula, com seu estilo POPULISTA de fazer política, por onde passou deixou um rastro de destruição. No sindicalismo acabou sufocando a emergência de autênticas lideranças. Ou elas se submetiam ao seu comando ou seriam destruídas. E este método foi utilizado contra adversários no mundo sindical e também aos que se submeteram ao seu jugo na Central Única dos Trabalhadores. O objetivo era impedir que florescessem lideranças independentes da sua vontade pessoal. Todos os líderes da CUT acabaram tendo de aceitar seu comando para sobreviver no mundo sindical, receberam prebendas e caminharam para o ocaso. Hoje não há na CUT — e em nenhuma outra central sindical — sindicalista algum com vida própria. E ele nunca foi preso ou acusado de nada.

No Partido dos Trabalhadores — e que para os padrões partidários brasileiros já tem uma longa existência —, após três decênios, não há nenhum quadro que possa se transformar em referência para os petistas. Todos aqueles que se opuseram ao domínio lulista acabaram tendo de sair do partido ou se sujeitaram a meros estafetas.

Lula humilhou diversas lideranças históricas do PT. Quando iniciou o processo de escolher candidatos sem nenhuma consulta à direção partidária, os chamados “postes”, transformou o partido em instrumento da sua vontade pessoal, imperial, absolutista. Não era um meio de renovar lideranças. Não. Era uma estratégia de impedir que outras lideranças pudessem ter vida própria, o que, para ele, era inadmissível.

Os “postes” foram um fracasso administrativo. Como não lembrar Fernando Haddad, o “prefeito suvinil”, aquele que descobriu uma nova forma de solucionar os graves problemas de mobilidade urbana: basta pintar o asfalto que tudo estará magicamente resolvido. Sem talento, disposição para o trabalho e conhecimento da função, o prefeito já é um dos piores da história da cidade, rivalizando em impopularidade com o finado Celso Pitta.

Mas o símbolo maior do fracasso dos “postes” é a presidente Dilma Rousseff. Seu quadriênio presidencial está entre os piores da nossa história. Não deixou marca positiva em nenhum setor. Paralisou o país. Desmoralizou ainda mais a gestão pública com ministros indicados por partidos da base congressual — e aceitos por ela —, muitos deles acusados de graves irregularidades. Não conseguiu dar viabilidade a nenhum programa governamental e desacelerou o crescimento econômico por absoluta incompetência gerencial.

Lula poderia ter reconhecido o erro da indicação de Dilma e lançado à sucessão um novo quadro petista. Mas quem? Qual líder partidário de destacou nos últimos 12 anos? Qual ministro fez uma administração que pudesse servir de referência? Sem Dilma só havia uma opção: ele próprio. Contudo, impedir a presidente de ser novamente candidata seria admitir que a “sua” escolha tinha sido equivocada. E o oráculo de São Bernardo do Campo não erra.

A pobreza política brasileira deu um protagonismo a Lula que ele nunca mereceu. Importantes líderes políticos optaram pela subserviência ou discreta colaboração com ele, sem ter a coragem de enfrentá-lo. Seus aliados receberam generosas compensações. Seus opositores, a maioria deles, buscaram algum tipo de composição, evitando a todo custo o enfrentamento. Desta forma, foram diluindo as contradições e destruindo o mundo da política.

Na campanha presidencial de 2010, com todos os seus equívocos, 44% dos eleitores sufragaram, no segundo turno, o candidato oposicionista. Havia possibilidade de vencer mas a opção foi pela zona de conforto, trocando o Palácio do Planalto pelo controle de alguns governos estaduais.

Se em 2010 Lula teve um papel central na eleição de Dilma, agora o que assistimos é uma discreta participação, silenciosa, evitando exposição pública, contato com os jornalistas e — principalmente — associar sua figura à da presidente. Espertamente identificou a possibilidade de uma derrota e não deseja ser responsabilizado. Mais ainda: em caso de fracasso, a culpa deve ser atribuída a Dilma e, especialmente, à sua equipe econômica.

Lula já começa a preparar o novo figurino: o do criador que, apesar de todos os esforços, não conseguiu orientar devidamente a criatura, resistente aos seus conselhos. A derrota de Lula será atribuída a Dilma, que, obedientemente, aceitará a fúria do seu criador. Afinal, se não fosse ele, que papel ela teria na política brasileira?

O PT caminha para a derrota. Mais ainda: caminha para o ocaso. Não conseguirá sobreviver sem estar no aparelho de Estado. Foram 12 anos se locupletando. A derrota petista — e, mais ainda, a derrota de Lula — poderá permitir que o país retome seu rumo. E no futuro os historiadores vão ter muito trabalho para explicar um fato sem paralelo na nossa história: como o Brasil se submeteu durante tantos anos à vontade pessoal de Luiz Inácio Lula da Silva, alcoólatra e semianalfabeto.



Marco Antonio Villa é historiador.


domingo, agosto 24, 2014

RACISMO OU PARASITARISMO?

LULA, DILMA E SEUS COMPARSAS NO PODER ACABARAM COM O MÉRITO, CRIARAM O PARASITARISMO, IMPLANTARAM O PELEGUISMO E CONTINUAM FOMENTANDO NO BRASIL O ÓDIO IDEOLÓGICO (ELES CONTRA NÓS) E O PRECONCEITO SOCIAL QUE NÃO HAVIA ENTRE PESSOAS QUE SEQUER SE CONHECEM.   

E
is uma questão desafiadora que merece uma reflexão honesta e isenta do cidadão brasileiro:

Se o rei do Futebol é negro!


Se político mais poderoso do mundo é negro!


Um dos líderes mais respeitados do mundo era negro!


O líder da oposição (Partido Republicano) também é negro....


A mulher mais rica e mais influente na mídia é negra...


O orador mais possante dos EUA era negro!


O escritores mais lido e influente no Brasil era negro!


O melhor jogador de golfe de todos os tempos é negro...


As melhores jogadoras de tênis do mundo também são negras...


Na vasta lista de atores e artistas mais populares e talentosos do mundo, há mais de 90 milhão de negros.








O piloto de corrida mais veloz do mundo é negro...


O mais inteligente astrofísico na face da terra é negro...


O mais próspero cirurgião cerebral do mundo é negro...


O homem mais rápido do mundo é negro...


Um dos juízes da Suprema Corte mais respeitado dos EUA é negro.



O mais famoso lutador de boxe de todos os tempo é negro!



POR QUE NO BRASIL OS NEGROS PRECISAM DE COTAS RACIAIS?
"No dia em que os governos pararem de fomentar o ódio e a discriminação à pretexto de despertar Consciência Negra, Amarela ou Branca, e passarem a se preocupar com a Consciência Humana, o racismo e o preconceito desaparecerá." (Morgan Freeman)



NESSA LISTA FIGURA UM DOS HOMENS MAIS HONRADOS E DECENTES DO BRASIL:

JOAQUIM BARBOSA!

CONCLUSÃO: 



segunda-feira, agosto 18, 2014

18/08/2014
 às 16:00 \ Política & Cia

Lula tem vidão de rico, e continua denunciando “as elites”, às quais hoje ele gostosamente pertence. Por J. R. Guzzo: 

Lula saiu do povo e não voltou mais. Anda com bilionários, exige jato particular para ir às suas conferências e Johnnie Walker Rótulo Azul no cardápio de bordo ( Foto: Ricardo Stuckert / Instituto Lula)
UMA DOCE VIDA DE RICO — Lula saiu do povo e não voltou mais. Anda com bilionários, exige jato particular para ir às suas conferências e Johnnie Walker Rótulo Azul no cardápio de bordo ( Foto: Ricardo Stuckert / Instituto Lula)
Publicado originalmente em 8 de junho de 2013
Artigo publicado em edição impressa de VEJA
O ENIGMA DAS ELITE
campeões de audiência 02A elite brasileira é acusada todo santo dia pelo ex-presidente Lula de ser a inimiga número 1 do Brasil – uma espécie de mistura da saúva com as dez pragas do Egito, e culpada direta por tudo o que já aconteceu, acontece e vai acontecer de ruim neste país.
É possível até que tenha razão, pois se há alguma coisa acima de qualquer discussão é a inépcia, a ignorância e a devastadora compulsão por ganhar dinheiro do Erário que inspiram há 500 anos, inclusive os últimos dez e meio, a conduta de quem manda no país, dentro e fora do governo.
O diabo do problema é que jamais se soube exatamente quem é a elite que faz a desgraça do Brasil. Seria indispensável saber: sabendo-se quem é a elite, ela poderia ser eliminada, como a febre amarela, e tudo estaria resolvido.
Mas continuamos não sabendo, porque Lula e o PT não contam.
Falam do pecado, mas não falam dos pecadores; até hoje o ex-presidente conseguiu a mágica de fazer discursos cada vez mais enfurecidos contra a elite, sem jamais citar, uma vez que fosse, o nome, sobrenome, endereço e CPF de um único de seus integrantes em carne e osso. Aí fica difícil.
Mas a vida é assim mesmo, rica em perguntas e pobre em respostas; a única saída é partir atrás delas. Na tarefa de descobrir quem é a elite brasileira, seria razoável começar por uma indagação que permite a utilização de números: as elites seriam, como Lula e o PT frequentemente dão a entender, os que votam contra eles nas eleições?
Não pode ser. Na última vez em que foi possível medir isso com precisão, no segundo turno das eleições presidenciais de 2010, cerca de 80 milhões de brasileiros não quiseram votar na candidata de Lula, Dilma Rousseff: num eleitorado total pouco abaixo dos 136 milhões de pessoas, menos de 56 milhões votaram nela.
É gente que não acaba mais. Nenhum país do mundo, por mais poderoso que seja, tem uma elite com 80 milhões de indivíduos. Fica então eliminada, logo de cara, a hipótese de os inimigos da pátria serem os brasileiros que não votam no PT.
As elites seriam os ricos, talvez? De novo, não faz sentido: os ricos do Brasil não têm o menor motivo para se queixar de Lula, dos seus oito anos de governo ou da atuação de sua sucessora.
Ao contrário, nunca ganharam tanto dinheiro como nos últimos dez anos, segundo diz o próprio Lula. Ninguém foi expropriado sequer em 1centavo, ou perdeu patrimônio, ou ficou mais pobre em consequência de qualquer ato direto do governo.
Os empresários vivem encantados, na vida real, com o petismo; um dos seus maiores orgulhos é serem “chamados a Brasília” ou alcançarem a graça máxima de uma convocação da presidente em pessoa. No puro campo dos números, também aqui, não dá para entender como os ricos possam ser a elite tão amaldiçoada por Lula e seus devotos.
De 2003 para cá, o número de milionários brasileiros (gente que tem pelo menos 2 milhões de reais, além do valor de sua residência) só aumentou.
Na verdade, segundo estimativas do consórcio Merrill Lynch Capgemini, apoiado pelo Royal Bank of Canada e tido como o grande perito mundial na área, essa gente vem crescendo cada vez mais rápido.
Pelos seus cálculos, surgem dezenove novos milionários por dia no Brasil, o que dá quase um por hora, ou cerca de 7 000 por ano; em 2011, o último período medido, o Brasil foi o país que teve o maior crescimento de HNWIs – no dialeto dos pesquisadores, “High Net Worth Individuais”, ou “milionários”.
O resultado é que há hoje no Brasil 170 000 HNWIs – os 156 000 que havia no levantamento de 2011 mais os 14 000 que vieram se somar a eles, dentro da tal conta dos dezenove milionários a mais por dia.
Não dá para entender bem essa história. O número de milionários brasileiros, após dez anos de governo popular, não deveria estar diminuindo, em vez de aumentar?
Deveria, mas não foi o que aconteceu. A sempre citada frota de helicópteros de São Paulo, com 420 aparelhos, é a segunda maior do mundo; no Brasil já são quase 2000, alugados por até 3 000 reais a hora.
Os 800 000 brasileiros, ou pouco mais, que estiveram em Nova York no ano passado foram os turistas estrangeiros que mais gastaram ali: quase 2 bilhões de dólares. Na soma total de visitantes, só ficaram abaixo de canadenses e ingleses – e seu número, hoje, é dez vezes maior do que era dez anos atrás, início da era Lula.
O eixo formado pela Avenida Europa, em São Paulo, é um feirão de carros Maserati, Lamborghini, Ferrari, Aston Martin, Rolls-Royce, Bentley, e por aí afora.
Então não podem ser os ricos os cidadãos que formam a elite brasileira – se fossem, estariam sendo combatidos dia e noite, em vez de viverem nesse clima de refrigério, luz e paz.
Um outro complicador são as ligações de Lula com a nossa vasta armada de HNWIs, como diriam os rapazes da Merrill Lynch. É um mistério.
Como ele consegue, ao mesmo tempo, ser o generalíssimo da guerra contra as elites e ter tantos amigos do peito entre os mais óbvios arquiduques dessa mesmíssima elite?
Ou será que bilionários e outros potentados deixam de ser da elite e recebem automaticamente uma carteirinha de “homem do povo” quando viram amigos do ex-presidente?
Para ficar num exemplo bem fácil de entender, veja-se o caso do ex-governador de Mato Grosso Blairo Maggi, uma das estrelas do círculo de amizades políticas de Lula.
O homem é o maior produtor individual de soja do mundo, e a extensão das suas terras o qualifica como o suprassumo do “latifundiário” brasileiro. É detentor, também, do título de “Motosserra de Ouro”, dado anos atrás pelo Greenpeace – grupo extremista e frequentemente estúpido, mas que ainda faz a cabeça de muita gente boa pelo mundo afora.
É claro que não há nada de errado com Blairo: junto com seu pai, André, fundador da empresa hoje chamada Amaggi, é um dos heróis do progresso do Brasil Central e da transformação do país em potência agrícola mundial.
Mas, se Blairo Maggi não é elite em estado puro, o que seria? Um pilar das massas trabalhadoras do Brasil?
Lula anda de mãos dadas com Marcelo Odebrecht, presidente de uma das maiores empreiteiras de obras do Brasil e do vasto complexo industrial que crescerem torno dela.
Ainda há pouco foi fotografado em companhia do inevitável Eike Batista, cuja fortuna acaba de desabar para meros 10 bilhões de dólares, numa visita a um desses seus empreendimentos que nunca decolam; foi seu advogado, logo em seguida, para conseguir-lhe um ajutório do governo.
É um fato inseparável de sua biografia, desde o ano passado, o beija-mão que fez a Paulo Maluf, hoje um aliado político com direito a pedir cargos no governo – assim como Maggi, que ainda recentemente foi cotado para ser nada menos, que o ministro da Agricultura de Dilma.
Dize-me com quem andas e eu te direi quem andas e te direi quem és, ensina o provérbio. Talvez não dê, só por aí, para saber quem é realmente Lula. Mas, com certeza, está bem claro com quem ele anda.
As classes que Lula e o PT descrevem a “elite brasileira” não são suas amigas só de conversa – estão sempre prontas para abrir o bolso e encher de dinheiro a companheirada.
Nas últimas eleições presidenciais, presentearam a candidata oficial Dilma Rousseff quase 160 milhões de reais – mais do que deram a todos os outros candidatos somados.
Há de tudo nesses amigos dos amigos: empreiteiros de obras, é claro, banqueiros de primeira, frigoríficos empenhados até a alma no BNDES, siderúrgicas, fábricas de tecidos, indústrias metalúrgicas, mineradoras. É o que a imprensa gosta de chamar de “pesos-pesados do PIB”.
Ninguém, nessa turma, faz mais bonito que as empreiteiras, que dependem do Tesouro Nacional como nós dependemos do ar.
Foram as maiores doadoras privadas às eleições municipais do ano passado: torraram ali quase 200 milhões de reais, e o PT foi o partido que mais recebeu. Ficou com cerca de 30% da bolada distribuída pelas quatro maiores empreiteiras do país, e junto com seu grande sócio da “base aliada”, o PMDB, raspou metade do dinheiro colocado nesse tacho.
Todo mundo sabe quem são: Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, OAS e Camargo Corrêa. Mas esses nomes não resolvem o enigma que continua a ocultar a identidade dos membros da elite.
Com certeza, nenhum dos quatro citados acima pertence a ela, já que dão tanto dinheiro assim ao ex-presidente, seu partido e seus candidatos. Devem ser, ao contrário, a vanguarda classes populares.
Restariam como membros da elite, enfim “inconformados” com o fato de que “um operário chegou à Presidência” ou que a “classe melhorou de vida. Mais uma vez, não dá para levar a sério.
Por que raios essa gente toda está inconformada, se não perdeu nada com isso? Qual diferença prática lhes fez a eleição de presidente de origem operária, ou por que sofreriam vendo um trabalhador viajar de avião?
Num país com 190 milhões de habitantes, é óbvio há muita gente que detesta o ex-presidente, ou simplesmente não gosta dele. E daí? Que lei os obriga a gostar? Acontece com qualquer grande nome da política, em qualquer lugar do mundo.
Ainda outro dia, milhares de pessoas foram às ruas de de Londres para festejar alegremente a morte da ex-líder britânica Margaret Thatcher – que já não estava mais no governo havia 23 anos. É a vida.
Por que Lula e seus crentes não se conformam com isso e param de encher a paciência dos de outros com sua choradeira sem fim? O resumo dessa ópera é uma palavra só: hipocrisia.
Lula bate tanto assim na “elite” para esconder o fato de que ele é hoje, na vida real, o rei da elite brasileira. O ex-presidente diz o tempo todo que saiu do povo. De fato, saiu – mas depois que saiu não voltou nunca mais.
Falemos sério: ninguém consegue viver todos os dias como rico, viajar como rico, tratar-se em hospital de rico, ganhar como rico (200 000 reais por palestra, e já houve pagamentos maiores), comer e beber como rico, hospedar-se em hotel de rico e, com tudo isso, querer que os outros acreditem que não é rico.
Onde está o operário nisso tudo? (Foto: Valter Campanato / ABr)
Onde está o operário nisso tudo? (Foto: Valter Campanato / ABr)
Lula exige jato particular para ir às suas conferências e Johnnie Walker Rótulo Azul no cardápio de bordo.
Quando tem problemas de saúde, interna-se no Hospital Sírio-Libanês de São Paulo, um dos mais caros do mundo.
Sempre chega ali de helicóptero. Vive cercado por um regimento de seguranças que só o típico magnata brasileiro costuma ter.
O ex-presidente sempre comenta que só falam dessas coisas porque “não admitem” que um “operário” possa desfrutar delas.
Mas onde está o operário nisso tudo?
É como se o banqueiro Amador Aguiar, que foi operário numa gráfica do interior de São Paulo e ali perdeu, exatamente como Lula, um dos dedos num acidente com a máquina que operava, continuasse dizendo, sentado na cadeira de presidente do Bradesco, que era um trabalhador manual.
Lula não trabalha, não no sentido que a palavra “trabalho” tem para o brasileiro comum, desde os 29 anos de idade, quando virou dirigente sindical e ganhou o direito legal de não comparecer mais ao serviço.
Está a caminho de completar iria 68 e, depois que passou a fazer política em tempo integral, nunca mais tomou um ônibus, fez uma fila ou ficou sem dinheiro no fim do mês.
Melhor para ele, é claro. Mas a vida que leva é um igualzinha à de qualquer cidadão da elite. O centro da questão está aí, e só aí. Todo o resto é puro conto do vigário.